quarta-feira, 19 de agosto de 2015

#Exterior – Porque você mesmo deveria planejar sua viagem, e não uma agência de turismo


Planejar uma viagem não é uma tarefa fácil. Você precisa acessar constantemente sites de operadoras de voos para flagrar uma promoção instantânea, pesquisar hotéis, localização, transporte terrestre, preocupar-se com as bagagens, com o que fazer quando chegar no destino (…), enfim, é um estresse tremendo que pode levar meses e meses de planejamento.

Já contratar uma empresa que faça o serviço todo (como a CVC ou a TAM) parece ser uma forma mais simples de acabar com toda essa preocupação excessiva não? Isso é meia verdade. E não falo apenas de pagar mais barato, você está perdendo a oportunidade de se divertir e ao mesmo tempo planejar melhor seu passeio.

Quando você opta pela estabilidade de uma empresa fazendo tudo por você, passa também a terceirizar a sua diversão. Por mais chato e estressante que seja pesquisar sobre determinada região, meios de transporte, atrações turísticas e entradas, e outros detalhes, também é uma forma de aprender sobre o que irá encontrar pela frente. Além disso é fazendo você mesmo que conseguirá determinar que roteiro é mais importante e merece um tempo maior de visitação e que roteiro é pior, e não precisa perder tanto tempo. Consegue transformar a sua viagem em magia.

Além da vantagem de você ter seu trajeto a seu gosto, na real, o que importa mesmo para quem está visitando esse texto são os preços. E preço, por melhores que sejam, dificilmente são menores do que você comprando tudo sozinho. Eu disse dificilmente, mas não impossível, explicarei mais a frente.


Apenas para ilustrar (lembrando que o dólar sofreu muita variação ao longo dos anos, então para melhor entendimento, leve em consideração apenas os valores comparativos entre você mesmo pesquisando e a agência de turismo): gastei cerca de 7 mil reais em dois meses na Europa (transporte aéreo, terrestre e hospedagem). E mais 6 mil reais de passeios (atrações turísticas, alimento – se tem uma coisa que eu não economizo é com comida, fui a Itália? Então preciso comer uma macarronada – que por sinal no ano novo custou “só” 150 euros… – ou uma pizza, queijos suíços – até a água sai por 5 euros dependendo do lugar, ou 15 reais, na conversão da época - passeios, roupas, e claro, comprei também um iPhone 5 – então na prática gastei mais 4,500 reais vivendo uma vida de rei, tirando o iPhone).

Vamos fazer as contas então: por conta própria foram R$ 7 mil reais com transporte e moradia e R$ 4,5 mil com “fuleiragem” e passeios em dois meses passando por 10 países diferentes, acordando em Paris, jantando em Bruxelas.


Meus país nunca saíram do país, resolvi ir a CVC ver um pacote de viagem para eles. Surpresa. “Apenas” R$ 6,990 reais um pacote de 6 dias e 7 noites em Portugal, ainda dependendo do dia que eles podem, não do dia que você quer. Praticamente os mesmos 7 mil que gastei com as mesmas coisas, por apenas 7 noites em um único país. Quando fui a Las Vegas, gastei ao total 3 mil reais, como era uma data específica fora dos padrões, a CVC me cobrou “” 11 mil reais. Deu para entender onde quero chegar?

E continuando com os exemplos, um amigo gastou cerca de R$ 4,5 mil reais por 20 dias em Orlando (incluindo a Disney), enquanto que o pacote de 12 dias pela TAM ficava mais de R$ 10 mil reais (“só” mais que o dobro).

E não se engane com as companhias de turismo. Na maioria das vezes um guia turístico vai junto. Você precisa diariamente dar uma “caixinha” para ele (alguns chegam a fazer chantagem emocional “a gente ganha apenas o dinheiro das caixinhas” – em média 10 euros ou dólares dependendo para onde você for por dia). E já tive a surpresa de pegar pacote que visitava “parque aquático em Boston” mas ocultava um pequeno detalhe: você ia até a porta. Para entrar, tinha que pagar mais um extra. A vantagem real das companhias de turismo é que devido ao volume grande, eles conseguem fretar um avião ou excelentes hotéis (Ibis, Shelton In…), ou seja, em tese deveria ser mais barato. Porém o hotel de marca até que é “chique”, mas geralmente um hotel afastado que você precisa madrugar para pegar os translados, e o preço reduzido do avião nunca é vendido separadamente nos pacotes.

Então a dica é: se ainda sim, após ler tudo isso, optar por escolher uma companhia de turismo para agenciar sua viagem, não esqueça de perguntar sobre: ingressos das atrações, caixinha do guia, refeições (a maioria diz que tem horário de almoço, mas nunca informa que são restaurantes pagos), translados – ou transportes terrestres, enfim, tire todas as suas dúvidas pois certamente isso irá somar no seu bolso.

Por último, peguei um tour chinês fazendo o trajeto Kingston -> Montreal -> Quebec, não me preocupei em saber o que havia por lá, afinal estava indo com um guia, e surpresa: já no Brasil fiquei sabendo das atrações turísticas que poderia ter visto, e não vi. Quando você abre mão de fazer o seu roteiro, corre esse risco. Claro que o contrário também é valido, você corre o risco de não visitar algo que um guia lhe mostraria. Mas na prática, esse risco é menor.

Em algum momento a agência de turismo compensa?
Claro. No momento em que estou escrevendo esse artigo, o dólar comercial está por volta de R$ 3,50 e o turismo batendo a casa dos R$ 3,90. Comprar em dólar pode ser assustador. Em momentos assim, as agências por fretarem aviões, ou depender de viajantes para sua economia, acabam sim com alguns pacotes que valem a pena. Mas é sempre bom ficar ligado no que disse acima, e em duas pegadinhas.

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Cuidado com as artimanhas!
Quero acrescentar ao artigo ainda uma nova “artimanha” das agências de turismo, que são as entrelinhas cada vez mais mascaradas e por vezes maliciosas. Vou usar como exemplo o anúncio abaixo:


Apenas R$ 1240 reais para Miami e ainda com direito ao Playstation 4 (na época que vi o anúncio, estava por volta de U$ 400 - por volta de R$ 1200 na época). Esta de graça! É... não é bem assim.

Tomem cuidado com as entrelinhas e condições do anúncio. Certifique-se primeiro de ser o pacote completo, é comum hoje anúncios apenas com hospedagem e translados ou atrações específicas, sem contar a passagem aérea. 

No exemplo acima, as entrelinhas continham algumas informações importantes, vou destacar as principais:
  • Preço válido apenas para quarto com 4 pessoas (ou seja, precisa desembolsar uma grana para mais 3 pessoas);
  • É dado um VTM (não sabe o que é isso? leia esse artigo - em breve -), com o valor de U$ 400 dólares para a compra do PS4, ou seja, fica para você a tarefa de ir comprar o videogame (lembrando ainda que na realidade o PS4 custa U$ 399 dólares + imposto americano, o que dá em torno de U$ 440 dólares, dependendo do estado); Detalhe 2: foram 4 pessoas no quarto, certo? Mas darão somente um PS4 por quarto;
  • Não da direito a reembolso (ou seja, não pode cancelar);
  • São apenas 5 noites;
  • Entrelinhas” com taxas de embarque de 98 dólares e taxa de 230 dólares para a empresa que terceiriza o serviço (legal né?) - esse item é o mais sacana de todos, eles mascaram o real valor do pacote ao ocultar essas informações nos termos;
  • O pacote não incluí café da manhã, internet, e outros serviços (caixinha do guia, por exemplo).

Então o pacote de “” R$ 1240, é valido na verdade se forem juntas 4 pessoas, pagando diversas outras taxas, caixinha do guia, sem café-da-manhã e ainda ficando em um hotel que condiz muito pouco com as imagens ilustradas no anúncio.


Portanto, cuidado para não sonhar com o castelo da Cinderela e receber a Transilvânia. De novo, na hora de comprar com uma agência, sanem todas as dúvidas que levantamos nesse artigo.

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Conclusão
As agências de turismo podem ser uma aspirina importante para quem não quer ter dor de cabeça de fazer tudo sozinho. Mas em compensação, além de pagar muito mais caro por isso, ainda corre o risco de perder uma atração que seria importante a você, além de ficar restrito as datas oferecidas por elas, e contar com taxas escondidas.

Bom, se você sobreviveu até aqui, deixo abaixo algumas imagens de um roteiro pessoal que fiz para o meu "mochilão", apenas para entender – e estimular você a fazer um semelhante – de como é prazeroso ficar imaginando tudo que poderemos ver, chegar lá com aquela imaginação de ser uma coisa, ver outra, e a magia do planejamento.

Segue meu exemplo de roteiros que fiz no Word, faça o mesmo, é gostoso e certamente valerá a pena.



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Achou o artigo útil? Deixe seu feedback nos comentários abaixo. É um importante estímulo para continuar na produção dessas matérias =)

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